segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Um pequeno açude, um grande problema...

Com o crescimento populacional acentuado que verificamos nas últimas décadas, presenciamos cada vez mais a busca humana de técnicas para produção de alimentos. Neste contexto a aquicultura também é alvo das intervenções humanas e consequentemente dos impactos ambientais. A introdução, intencional ou acidental de espécies aquáticas (peixes e outros), é uma realidade que se por um lado facilita a produção e a pesca, por outro, compromete a biodiversidade.
No Brasil, estima-se que já foram introduzidas de 11 a 20 espécies aquáticas com o propósito de cultivo. A piscicultura em águas interiores tem sido a grande responsável pela introdução de peixes exóticos e pela transferência de peixes nativos de uma bacia hidrográfica para outra onde não ocorriam e são essas transformações, as responsáveis pela alteração e o desequilíbrio biológico entre as espécies.
Os possíveis impactos dos organismos aquáticos introduzidos nas comunidades aquáticas naturais podem ser: alteração na distribuição e abundância de espécies nativas; disseminação de doenças; desestruturação das relações de predação e competição; deterioração de material genético e alteração de hábitat.
Por definição, espécies exóticas se acham em regiões biogeográficas diferentes daquelas nas quais evoluíram e se adaptaram, dessa forma, para tornarem a se adaptar e sobreviver no novo meio, elas muitas vezes acabam alterando o meio natural em seu favor dificultando a sobrevivência das espécies naturais.
Numa realidade mais próxima como a de nosso estado, estudos ainda restritos apontam que mais de 90% dos cultivos comerciais de peixes no Rio Grande do Sul são com espécies exóticas, embora não existam estudos de avaliação científica dessas introduções, para viabilizar a geração de informações sobre as relações de comportamento territorial, alimentar e reprodutivo de espécies exóticas e nativas, convivendo no mesmo ambiente.
A aquicultura nacional, baseia sua produção em cerca de 72% no cultivo de espécies exóticas, segundo o IBAMA, o Camarão Marinho Litopennaeus vannamei, Tilapias e as Carpas representam 24%, 23% e 22% da produção Nacional respectivamente o que representa um grande percentual na alimentação da população e economicamente também.
A melhor garantia de sucesso para conter uma invasão biológica é a sua detecção precoce e a adoção imediata de medidas de controle. Para tanto, é preciso investir em conhecimento científico e no esclarecimento das populações, pois um proprietário rural que constrói um açude próximo ao rio não tem a consciência de que este pode ser um meio de introdução de espécies exóticas em meio natural, cabendo à educação ambiental prestar esse esclarecimento assim como tantos outros.
 Mais uma vez se estabelece a importância da educação ambiental, promover a sensibilização das pessoas para problemas ambientais aparentemente simples, mas que comprometem a própria existência humana, buscando promover também uma mudança de atitude em relação ao meio na defesa da biodiversidade e da vida.

Um comentário:

  1. Olá!
    Puxa vida! Eu nunca havia pensado sobre isto! Muito interessante teu post. Tu tens razão, é preciso sensibilizar. Um ótimo tema para um projeto escolar.
    Abração.

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