Estamos diante de um desafio na sociedade atual, os riscos ambientais que criamos se tornam cada vez mais presentes e compreender de que forma se estabelecem e as soluções para esses problemas não é uma tarefa simples. Há de se criar uma nova forma de ver e sentir a realidade, uma mudança de paradigmas como colocam alguns teóricos da atualidade.
Compreender o desenvolvimento sustentável de forma crítica exige que tenhamos uma ótica sob o paradigma da complexidade. A ciência moderna se estrutura até então sob uma ótica da simplicidade, ou seja, em partes justapostas. Essa metodologia cartesiana e mecanicista que valoriza as especialidades contribui de forma fundamental para a organização e aprofundamento do conhecimento, entretanto não consegue dar conta de toda problemática da sociedade atual devido à “complexidade do real”.
Edgar Morin é um dos principais pensadores do paradigma da complexidade, assim tratada como pós-modernidade, e esboça de forma contundente como o conhecimento científico moderno aborda a realidade, segundo Morin “A inteligência parcelada, compartimentalizada, mecanicista, disjuntiva, reducionista, destrói a complexidade do mundo em fragmentos distintos, fraciona os problemas, separa o que está unido, unidimensionaliza o multidimensional”.
Tanto o desenvolvimento do capitalismo quanto o da ciência moderna trouxeram muitas das consequências indesejadas produzidas nestes últimos séculos. O domínio da natureza não se fez como foi imaginado. È necessário que este debate possa contribuir para um diálogo que promova outro conhecimento mais atento para com a complexidade do real, do mundo e do todo.
Pensar em Desenvolvimento sustentável de forma crítica implica em procurar as interligações entre os elementos naturais, sociais, culturais. Procurar estabelecer redes de contato entre as situações englobando as mais variadas causalidades e consequências. Pensar a sociedade atual prevê pensar em uma “modernidade reflexiva”, como entendido por Giddens e Pierson (2000):
“(...) diz respeito a uma sociedade onde as condições em que vivemos são cada vez mais o resultado de nossas próprias ações, e, inversamente, nossas ações visam cada vez mais administrar ou enfrentar os riscos e oportunidades que nós mesmos criamos (...)”.
Exemplificando, um enfoque acrítico em Educação Ambiental, demanda apenas uma parte do real sem compreender suas relações como a situação da coleta de resíduos: muitas pessoas se identificam como promotoras de um ambiente sustentável porque fazem a separação do lixo, entretanto não percebem a questão do consumismo que está intrinsecamente ligada á exagerada produção de resíduos.
Um enfoque crítico diz respeito à separação do lixo, aos coletores e suas famílias, às indústrias de reciclagem, e ao consumo consciente e todas as demais esferas que podem aí estar inseridas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário